«Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe, para o experimentar, se era lícito ao
marido divorciar-se da mulher. Ele respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?»
Disseram: «Moisés mandou escrever um documento de repúdio e divorciar-se dela.»
Jesus retorquiu: «Devido à dureza do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito.
Mas, desde o princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. 7Por isso, o homem
deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, 8e serão os dois um só. Portanto, já
não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» De
regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto. Jesus disse: «Quem
se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a
mulher se divorciar do seu marido e casar com outro, comete adultério.» (Mc 10, 2-11)
«A íntima comunidade da vida e do amor conjugal foi fundada pelo Criador e dotada de
leis próprias [...]. O próprio Deus é o autor do matrimónio» (97). A vocação para o
matrimónio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, tais como saíram
das mãos do Criador. O matrimónio não é uma instituição puramente humana, apesar
das numerosas variações a que esteve sujeito no decorrer dos séculos, nas diferentes
culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. O Matrimónio assenta no
consentimento dos contraentes, quer dizer; na vontade de se darem mútua e
definitivamente, com o fim de viverem uma aliança de amor fiel e fecundo (cf. CIC
1603s)